[...]
“Eu sou insaciável!
Mal um desejo surge, outro desponta, e em mim há sempre
latente a febre do sonho e do desejo, e quando possuo
alguma coisa de infinitamente consolador, como é a sua amizade,
desejo mais, mais ainda, mais sempre!
Conhece-se em mim o afecto, o amor, a ternura por um egoísmo
implacável que quer tornar muito meus, e só meus,
os corações que se me dedicam um pouco.
Dá isto muitas vezes o resultado de me suceder o mesmo que
sucedeu ao cão que largou a presa pela sombra,
pois querendo muito, muito perdeu.”
Mal um desejo surge, outro desponta, e em mim há sempre
latente a febre do sonho e do desejo, e quando possuo
alguma coisa de infinitamente consolador, como é a sua amizade,
desejo mais, mais ainda, mais sempre!
Conhece-se em mim o afecto, o amor, a ternura por um egoísmo
implacável que quer tornar muito meus, e só meus,
os corações que se me dedicam um pouco.
Dá isto muitas vezes o resultado de me suceder o mesmo que
sucedeu ao cão que largou a presa pela sombra,
pois querendo muito, muito perdeu.”
[...]
*Florbela Espanca*
(Trecho da carta dirigida à Júlia Alves, em 30 de junho de 1916)
Em “Obras Completas de Florbela Espanca”, Lisboa, Publicações D. Quixote, 1992.
*Florbela Espanca*
(Trecho da carta dirigida à Júlia Alves, em 30 de junho de 1916)
Em “Obras Completas de Florbela Espanca”, Lisboa, Publicações D. Quixote, 1992.
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