"Eu mesmo
Eu, eu mesmo...
Eu, cheio de todos os cansaços
Quantos o mundo pode dar. –
Eu...
Afinal tudo, porque tudo é eu,
E até as estrelas, ao que parece,
Me saíram da algibeira para deslumbrar crianças...
Que crianças não sei...
Eu...
Imperfeito? Incógnito? Divino?
Não sei...
Eu...
Tive um passado? Sem dúvida...
Tenho um presente? Sem dúvida...
Terei um futuro? Sem dúvida...
A vida que pare de aqui a pouco...
Mas eu, eu...
Eu sou eu,
Eu fico eu,
Eu..."
*Álvaro de Campos (heterônimo de Fernando Pessoa)*
Em “Livro de Versos”, Lisboa, Editora Estampa, 1993.
Eu, eu mesmo...
Eu, cheio de todos os cansaços
Quantos o mundo pode dar. –
Eu...
Afinal tudo, porque tudo é eu,
E até as estrelas, ao que parece,
Me saíram da algibeira para deslumbrar crianças...
Que crianças não sei...
Eu...
Imperfeito? Incógnito? Divino?
Não sei...
Eu...
Tive um passado? Sem dúvida...
Tenho um presente? Sem dúvida...
Terei um futuro? Sem dúvida...
A vida que pare de aqui a pouco...
Mas eu, eu...
Eu sou eu,
Eu fico eu,
Eu..."
*Álvaro de Campos (heterônimo de Fernando Pessoa)*
Em “Livro de Versos”, Lisboa, Editora Estampa, 1993.
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A vida
"... A vida é assim, segue e verás, - a vida
é um dia de esperança, um longo poente
de incertezas cruéis, e finalmente
a grande noite estranha e dolorida...
Hoje o sol, hoje a luz, hoje contente
a estrada a percorrer suave e florida...
- amanhã, pela sombra, inutilmente
outra sombra a vagar, triste e perdida...
A vida é assim, é um dia de esperança
uma réstia de luz entre dois ramos
que a noite envolve cedo, sem tardança...
E enquanto as sombras chegam, nós, ao vê-las,
ainda somos felizes e encontramos
a saudade infinita das estrelas!..."
J.G.de Araújo Jorge
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Ginástica
Ah! Com que extremado esforço nos elevamos
acima de nós, para o inalcançável
e retornamos aos nossos limites,
e nos curvamos até o chão.
Vamos e voltamos, delicados e impetuosos,
disciplinando a força, dominando o equilíbrio,
atrelando à levitação do sonho
o peso do corpo, melancólico.
Discípulos da música, respiramos sua cadência,
e a nossa densidade parece-nos, de súbito,
transparência e cristalização.
Vamos e voltamos, inspirados e deleitosos,
e decerto quereríamos definitivamente ir:
mas o jogo é de ir e ficar.
Cecília Meireles
Estimada Elaine,
Sou-lhe grata ao carinho do seu escrito.
Assim, também, silêncio-me diante de tuas
escolhas (poesias), sempre encantadoras.
Este teu "Jardim poético" (espaço), já faz parte dos
meus passeios noturnos, onde colho, encantada,
preciosidades que alimentam a minha "alma".
Recebas meu terno abraço, com a minha
admiração por tua sensibilidade e pessoa.
BIluminado,
Deixo-lhe a minha gratidão poética
aliada à minha ternura...
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