“Renúncia
Fui nova, mas fui triste; só eu sei
como passou por mim a mocidade!
Cantar era o dever da minha edade…
Devia ter cantado, e não cantei!
Fui bella. Fui amada. E desprezei…
Não quis beber o philtro da anciedade.
Amar era o destino, a claridade…
Devia ter amado, e não amei!
Ai de mim! Nem saudades, nem desejos;
nem cinzas mortas, nem calor de beijos…
− Eu nada soube, nada quis prender!
E o que me resta? Uma amargura infinda:
ver que é, para morrer, tão cedo ainda,
e que é tão tarde já para viver!”
*Virgínia Villa-Nova de Sousa Vitorino*
Em “RENÚNCIA”, Lisboa, Imprensa Lucas & Cia., 3ª Edição, 1926.
(grafia da época)
Fui nova, mas fui triste; só eu sei
como passou por mim a mocidade!
Cantar era o dever da minha edade…
Devia ter cantado, e não cantei!
Fui bella. Fui amada. E desprezei…
Não quis beber o philtro da anciedade.
Amar era o destino, a claridade…
Devia ter amado, e não amei!
Ai de mim! Nem saudades, nem desejos;
nem cinzas mortas, nem calor de beijos…
− Eu nada soube, nada quis prender!
E o que me resta? Uma amargura infinda:
ver que é, para morrer, tão cedo ainda,
e que é tão tarde já para viver!”
*Virgínia Villa-Nova de Sousa Vitorino*
Em “RENÚNCIA”, Lisboa, Imprensa Lucas & Cia., 3ª Edição, 1926.
(grafia da época)