“Riso amargo
Num desafio temerário e forte,
Eu quero rir da vida, altivamente,
Da vida que é combate, luta ingente,
Nesta comédia dum viver sem norte.
Quero rir da desgraça e da má-sorte
Que nos fere e persegue tenazmente.
Rir do que é baixo e vil, amargamente,
Do que é soluço e dor… E até da morte!
De tudo rir! Que mais posso fazer?...
Se a podridão de charco jamais volta
À limpidez das fontes a correr…
Quero rir!... E o meu riso é um esgar,
Um grito de impotência e de revolta!
Rir! Quero rir!
…E apenas sei chorar!”
*Florbela Espanca*
Em “Poemas Inéditos Os Últimos Poemas de Florbela Espanca”,
Num desafio temerário e forte,
Eu quero rir da vida, altivamente,
Da vida que é combate, luta ingente,
Nesta comédia dum viver sem norte.
Quero rir da desgraça e da má-sorte
Que nos fere e persegue tenazmente.
Rir do que é baixo e vil, amargamente,
Do que é soluço e dor… E até da morte!
De tudo rir! Que mais posso fazer?...
Se a podridão de charco jamais volta
À limpidez das fontes a correr…
Quero rir!... E o meu riso é um esgar,
Um grito de impotência e de revolta!
Rir! Quero rir!
…E apenas sei chorar!”
*Florbela Espanca*
Em “Poemas Inéditos Os Últimos Poemas de Florbela Espanca”,
Lisboa, Edições Nova Acrópole, 1ª Edição, 2014.
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