domingo, 15 de maio de 2016

“Auto despedida

Há algo nas manhãs que não entendo agora
e a um grito de minhas pernas não atendo.
Ainda depois da noite, noite me espia
e sonho dúvidas enormes e imóveis
como a imobilidade das aranhas.
Tão pouco tempo − e tenho de deixar-me
e queria nunca ter de repartir-me.
Começa a raiva da saudade
que inventei vou ter de mim.”

*Olga Savary*
Em “Repertório Selvagem - Obra Reunida”, Rio de Janeiro, Biblioteca Nacional;
MultiMais Editorial; Universidade de Mogi das Cruzes, 1ª Edição, 1998.

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