“O Canto Absoluto
Meu canto de alegria, Senhor.
Meu canto de plenitude,
porque existes, Senhor.
Meu canto inocente e novo
como o dos pássaros matinais.
Meu canto múrmuro e fresco
como o dos veios que escorrem
dos flancos verdes das montanhas.
Meu canto feliz e alegre
como o das searas e os jardins.
Meu canto essencial e profundo
como o das noites referventes
de mundos inumeráveis.
Meu canto fecundo e ardente
como o das enchentes de sol
nas grandes terras tropicais.
Meu canto universal e total
como o das vastidões oceânicas
em torno dos continentes.
Meu canto de origens fundas
como o dos ásperos rochedos
imemoriais.
Meu canto inflexível, rijo e tenso
como as correntes que equilibram
as esferas acesas.
Meu canto largo, longe, límpido
como o alto céu primaveral.
Meu canto livre como o vento,
meu canto puro como o fogo,
meu canto plástico como a água,
meu canto diáfano como o ar.
Meu canto de descobrimento,
meu canto de deslumbramento,
meu canto imenso e anunciador.
Meu canto porque existes,
- porque existes! – Senhor.
Meu canto antigo e inesperado
como a Dor...”
*Tasso da Silveira*
Em “O Canto Absoluto – Seguido de Alegria do Mundo – Poemas”, Rio de Janeiro,
Meu canto de alegria, Senhor.
Meu canto de plenitude,
porque existes, Senhor.
Meu canto inocente e novo
como o dos pássaros matinais.
Meu canto múrmuro e fresco
como o dos veios que escorrem
dos flancos verdes das montanhas.
Meu canto feliz e alegre
como o das searas e os jardins.
Meu canto essencial e profundo
como o das noites referventes
de mundos inumeráveis.
Meu canto fecundo e ardente
como o das enchentes de sol
nas grandes terras tropicais.
Meu canto universal e total
como o das vastidões oceânicas
em torno dos continentes.
Meu canto de origens fundas
como o dos ásperos rochedos
imemoriais.
Meu canto inflexível, rijo e tenso
como as correntes que equilibram
as esferas acesas.
Meu canto largo, longe, límpido
como o alto céu primaveral.
Meu canto livre como o vento,
meu canto puro como o fogo,
meu canto plástico como a água,
meu canto diáfano como o ar.
Meu canto de descobrimento,
meu canto de deslumbramento,
meu canto imenso e anunciador.
Meu canto porque existes,
- porque existes! – Senhor.
Meu canto antigo e inesperado
como a Dor...”
*Tasso da Silveira*
Em “O Canto Absoluto – Seguido de Alegria do Mundo – Poemas”, Rio de Janeiro,
Edição dos “Cadernos da Hora Presente”, 1ª Edição, 1940.