“Almas paralelas
Alma irmã de minha alma, espelho vivo
de outro espelho fiel que te retrata,
alma de luz serena e intemerata,
cujo influxo de amor me tem cativo!
Bem sinto que em mim vives e em ti vivo:
no entanto (e eis o desgosto que me mata!)
do amor a doce vaga me arrebata,
e não posso atingir teu vulto esquivo.
O mesmo curso têm nossos destinos:
do gozo o mel, da dor os desatinos,
a um nada inspiram, sem que ao outro inspirem.
Mas, triste sorte! á bela entre as mais belas!
Eles são como duas paralelas:
próximos correm, sem jamais se unirem!”
*Augusto de Lima*
Em “Coletânea de Poesias (1880-1934)”, Belo Horizonte, Imprensa Oficial, 1959.
Alma irmã de minha alma, espelho vivo
de outro espelho fiel que te retrata,
alma de luz serena e intemerata,
cujo influxo de amor me tem cativo!
Bem sinto que em mim vives e em ti vivo:
no entanto (e eis o desgosto que me mata!)
do amor a doce vaga me arrebata,
e não posso atingir teu vulto esquivo.
O mesmo curso têm nossos destinos:
do gozo o mel, da dor os desatinos,
a um nada inspiram, sem que ao outro inspirem.
Mas, triste sorte! á bela entre as mais belas!
Eles são como duas paralelas:
próximos correm, sem jamais se unirem!”
*Augusto de Lima*
Em “Coletânea de Poesias (1880-1934)”, Belo Horizonte, Imprensa Oficial, 1959.
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