domingo, 22 de março de 2015

Madrugada

No seu leito de plumas alvejantes
Feito de nuvens brancas de algodão
O sol ainda dorme repousante
Mergulhado na paz da imensidão.

O silêncio é completo. E ofegante
A madrugada se estremece, então;
No sepulcral silêncio extasiante
Nem um gemido ecoa na amplidão.

A estrela Dalva vagarosa, lenta,
Brilha do espaço sideral da altura
Num gesto vislumbrante de magia.

E nesta apoteose se apresenta,
Da passarada, um coro de doçura
Que vem saudar o despertar do dia.


*Bernardina Vilar*
Em “Saudade da Vila”, São Paulo, Editora Moderna, 14ª Edição, 1994.

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