quarta-feira, 11 de março de 2015

Os telhados

Sobre este campo vermelho
que o tempo pasta,
o passado é lento rebanho
retouçando nuvens brancas.

Andorinhas seculares
ondeiam no verão supremo
e o musgo denuncia aos ares
que o tempo se fez eterno

Torna viagem

Parasse o rio onde foi fonte,
ficasse a fonte onde foi nuvem,
voltasse o mar onde foi rio
para que o rio fosse chuva...

Assim esta rosa de outono
que já vai sendo minha vida,
seria folha, caule, seiva
e raiz da infância perdida!


*Bandeira Tribuzi*
Em “Obra Poética - Bandeira Tribuzi”, São Paulo, Editora Siciliano, 1ª Edição, 2002.

Nenhum comentário: