“O meu soneto
Em atitudes e em ritmos
fleumáticos,
Erguendo as mãos em gestos
recolhidos,
Todos brocados fúlgidos,
hieráticos,
Em ti andam bailando os meus
sentidos...
E os meus olhos serenos, enigmáticos
Meninos que na estrada andam
perdidos,
Dolorosos, tristíssimos,
extáticos,
São letras de poemas nunca
lidos...
As magnólias abertas dos
meus dedos
São mistérios, são filtros,
são enredos
Que pecados d´amor trazem de
rastros...
E a minha boca, a rútila
manhã,
Na Via Láctea, lírica, pagã,
A rir desfolha as pétalas
dos astros!...”
*Florbela Espanca*
Em “Poemas de Florbela Espanca”, São Paulo, Editora Martins Fontes, 4ª Edição, 2005.
Em “Poemas de Florbela Espanca”, São Paulo, Editora Martins Fontes, 4ª Edição, 2005.