“Soneto
Ó virgens que passai, ao Sol-poente,
Pelas estradas ermas, a cantar!
Eu quero ouvir uma canção ardente,
Que me transporte ao meu perdido Lar.
Cantai-me, nessa voz omnipotente,
O Sol que tomba, aureolando o Mar,
A fartura da seara reluzente,
O vinho, a Graça, a formosura, o luar!
Cantai! Cantai as límpidas cantigas!
Das ruína do meu lar desaterrai
Todas aquelas ilusões antigas
Que eu vi morrer num sonho, como um ai...
Ó suaves e frescas raparigas,
Adormecei-me nessa voz... Cantai!”
*António Nobre*
Em “A literatura portuguesa através dos textos”, São Paulo, Editora Cultrix, 24ª Edição, 1997.
Em “A literatura portuguesa através dos textos”, São Paulo, Editora Cultrix, 24ª Edição, 1997.
Nenhum comentário:
Postar um comentário