sábado, 2 de março de 2013

Mais outro excerto da obra "Água Viva"...
[...]
 
"Minha verdade espantada é que eu sempre estive só de ti e não sabia.
Agora sei: sou só. Eu e minha liberdade que não sei usar.
Grande responsabilidade da solidão.
Quem não é perdido não conhece a liberdade e não a ama.
Quanto a mim, assumo a minha solidão. Que às vezes se extasia como diante 
de fogos de artifício.
Sou só e tenho que viver uma certa glória íntima que na solidão pode se tornar dor. 
E a dor, silêncio.
Guardo o seu nome em segredo. Preciso de segredos para viver."
 
[...]

*Clarice Lispector*

Trecho extraído de "Água Viva", Rio de Janeiro, Editora Rocco, 1ª Edição, 1973.

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