domingo, 24 de março de 2013

"Pobre Velha Música

Pobre velha música!
Não sei por que agrado,
Enche-se de lágrimas
Meu olhar parado.

Recordo outro ouvir-te.
Não sei se te ouvi
Nessa minha infância
Que me lembra em ti.

Com que ânsia tão raiva
Quero aquele outrora!
E eu era feliz? Não sei:
Fui-o outrora agora.
"

*Fernando Pessoa*

Em “Poesias de FERNANDO PESSOA”, Lisboa, Editora Ática, 15ª Edição, 1995.

2 comentários:

Brilho disse...

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Substractum

Formoso ideal com que a sonhar me iludo
- Fraternidade humana vã doutrina
O homem só por si próprio se fascina,
- Narciso eterno, eis seu mistério rudo.

O beijo, o abraço, o adeus, o aplauso... tudo
O que oferece, quando raciocina,
São só disfarces da feição genuína
Do seu caráter cego, surdo, mudo!

Amizade, respeito, simpatia,
Misericórdia, amor, saudade, ciúme.
Tudo acaba, se o egoísmo principia.

E o homem, vivendo entre outros homens, a esmo,
Vê que a vida, afinal, se lhe resume
No profundo deserto de si mesmo!

Luís Carlos da Fonseca Monteiro de Barros



Estimada Elaine...

Que Deus lhe entregue mais uma
abençoada e produtiva semana.

Fraterno abraço!

Elaine Bastos disse...

BIluminado!

Grata, grata, gratíssima por seus poemas postados neste cantinho... Alimentam e alegram a minh'alma!...
Beijabraços fraternurentos.