“Os Amigos
Os amigos amei
despido de ternura
fatigada;
uns iam, outros vinham;
a nenhum perguntava
porque partia,
porque ficava;
era pouco o que tinha,
pouco o que dava,
mas também só queria
partilhar
a sede da alegria −
por mais amarga.”
despido de ternura
fatigada;
uns iam, outros vinham;
a nenhum perguntava
porque partia,
porque ficava;
era pouco o que tinha,
pouco o que dava,
mas também só queria
partilhar
a sede da alegria −
por mais amarga.”
*Eugénio de Andrade*
Em “POESIA/PROSA EUGÉNIO ANDRADE”, Coimbra, Editora Modo de Ler, 2011.
Em “POESIA/PROSA EUGÉNIO ANDRADE”, Coimbra, Editora Modo de Ler, 2011.
3 comentários:
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Vivência Romântica
Cantareis quantos astros há no céu;
as plumas que, a correr, vibram no ar;
os passos que tem dado o verbo andar
e os furinhos minúsculos de um véu!
Cantareis quantos sons produz Orfeu
e as escamas dos peixes que há no mar,
porem não podereis jamais contar
as penas que a minha alma já sofreu!
São elas, e já foram, tantas, tantas
que nem todas as folhas que há nas plantas,
unidas às que Deus venha a compor,
as logram suplantar em quantidade!
E, se quereis saber se isto é verdade,
amai alguém que ofenda o vosso amor.
Octavio de Medeiros
In: Os Meus Brazões
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Dá-me a Festa Mágica
DEUS – e de onde é que tiras para acender o céu
este maravilhoso entardecer de cobre?
Por ele soube encontrar de novo a alegria,
e a má visão eu soube torná-la mais nobre.
Nas chamas coloridas de amarelo e verde
iluminou-se a lâmpada de um outro sol
que fez rachar azuis as planícies do Oeste
e verteu nas montanhas suas fontes e rios.
Deus, dá-me a festa mágica na minha vida,
dá-me os teus fogos para iluminar a terra,
deixa em meu coração tua lâmpada acendida
para que eu seja o óleo de tua luz suprema.
E eu irei pelos campos na noite estrelada
com os braços abertos e a face desnuda,
cantando árias ingênuas com as mesmas palavras
com que na noite falam os campos e a lua.
Pablo Neruda
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Saudade
Saudade é a oração que nós rezamos
Com os olhos presos na recordação
Avivando as lembranças que guardamos
Bem no escrínio do nosso coração.
Saudade é a melodia que entoamos,
De uma ária, doce emoção
Angústia dolorosa que provamos
Num momento de atroz separação
Saudade é um lenço branco tremulando
Uma palavra – adeus – na despedida,
Uma lágrima a brilhar em nossos olhos.
Saudade é o dia-a-dia transformando
Um sonho acalentado em nossa vida
Num pesadelo feito só de escolhos.
Bernardina Vilar
Deixo-te meu terno abraço.
Grata, sempre!
BIluminado, amiga estimada!
Estes poemas... Mexem fundo, tocam a alma!...
Abraços fraternurentos, também.
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