domingo, 15 de maio de 2016

Gazel

De amor, criei (incriado)
este jardim secreto
de rosas fechadas em seu tédio
e espero
aquele que virá e há de decifrar
hieróglifos de ternura desenhados
pela lua em meu corpo − seu legado.

O amado pedirá em minha boca
o segredo desvendado a todas as perguntas.
Eu lhe responderei sem palavras
mas com o perigoso silêncio parecido
ao rumor da água caindo
sem cessar.


*Olga Savary*
Em “ESPELHO PROVISÓRIO - POESIA”, Rio de Janeiro, 
Livraria José Olympio Editôra, 1ª Edição, 1970.

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