sexta-feira, 17 de maio de 2013

"Chove Dentro da Minha Alma

Ouço bem a chuva que dentro da minha alma cai.
Debruço-me num tempo erguido pela nostalgia
e a chuva é mais fria.
Procuro em meu coração uma tristeza qualquer;
talvez assim encontre aquecimento
e mude o ritmo da chuva
por algum momento.
Busca em vão.
A chuva continua em compasso firme e lento
desacompanhada de vento.
Procuro em meu coração
um segundo de descanso
e talvez de exultação;
novamente recorri em vão.
Chove dentro da minha alma
o pranto das noites frias
e das inumeráveis tristezas sem razão.
"

*Adalgisa Nery*

Em “MUNDOS OSCILANTES - POESIAS COMPLETAS (A Mulher Ausente)”, 
Rio de Janeiro, Livraria José Olympio Editôra, 1ª Edição, 1962.

Um comentário:

Anônimo disse...

Algumas chuvas molham mais por dentro...