“XXXI
É outono. E é Verlaine... O Velho Outono
Ou o Velho Poeta atira-me à janela
Uma das muitas folhas amarelas
De que ele é o dispersivo dono...
E há uns salgueiros a pender de sono
Sobre um fundo de pálida aquarela.
E há (está previsto) este abandono…
Ó velhas rimas! É acabar com elas!
Mas o Outono apanha-as… E, sutil,
Com o rosto a rir-se em rugazinhas mil,
Toca de novo o seu fatal motivo:
Um quê de melancólico e solene
– E para todo o sempre evocativo –
Na frauta enferrujada de Verlaine…”
*Mario Quintana*
Em “A Rua dos Cataventos”, Porto Alegre, Editora Globo, 1ª Edição, 2005.
sábado, 23 de outubro de 2021
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