domingo, 31 de outubro de 2021

 “Ah! velhos livros… Emoções passadas…
Já nos não falam mais como falaram!
Se são as mesmas pálpebras cansadas
e os mesmos olhos, já que não mudaram

as palavras das páginas marcadas,
por que não choram mais onde choraram?
É que as palavras ficam bem guardadas
lá no recanto d’alma em que ficaram.

E quantas almas há num corpo, quantas!
– cismo ao reler um livro, velho amigo
que o tempo amarelou e a que umas plantas

deram um cheiro bom de tempo antigo,
e que eu embora leia tantas vezes,
tantas… quero chorar e não consigo!

 
*Onestaldo de Pennafort*   
Publicado no SUPLEMENTO LITERÁRIO DE “A MANHÔ,
VOL. V, PÁGINA 78, Porto Alegre/RS, de 15/8/1943.

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