segunda-feira, 11 de outubro de 2021

 [...]

Fiquei sozinha um domingo inteiro.
Não telefonei para ninguém e ninguém me telefonou.
Estava totalmente só. Fiquei sentada num sofá
com o pensamento livre. Mas no decorrer desse dia até
a hora de dormir tive umas três vezes um súbito
reconhecimento de mim mesma e do mundo que me
assombrou e me fez mergulhar em profundezas obscuras
de onde saí para uma luz de ouro. Era o encontro do
eu com o eu. A solidão é um luxo
.”

[...]

*Clarice Lispector*
Em “Um Sopro de Vida”, Rio de Janeiro,
Editora Nova Fronteira, 4ª Edição, 1978.

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