segunda-feira, 11 de outubro de 2021

SOB O CÉU TODO ESTRELADO
  
As estrelas, no céu muito límpido, brilhavam,
divinamente distantes.
Vinha de caniçada o aroma amolecente dos jasmins.
E havia também, num canteiro perto, rosas que
cheiravam a jambo.
Um vaga-lume abateu sobre as hortênsias e ali ficou
luzindo misteriosamente.
A parte as águas de um córrego contavam a eterna história
sem começo nem fim.
Havia uma paz em tudo isso…
(Era de resto o que dizia lá dentro o meio adágio de Haydn.)
Tudo era tudo isso era tão tranquilo… tão simples…
E deverias dizer que foi o teu momento mais feliz.

*Manuel Bandeira*
Em “ANTOLOGIA POÉTICA (O Ritmo Dissoluto)”,
Rio de Janeiro, Editora José Olympio, 16ª Edição, 1986.

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