sábado, 13 de novembro de 2021

 “Tempo Perdido

Quanto tempo perdido, e como dói
pensar que nunca mais o reaveremos…
Vivemos longe um do outro, como extremos,
que o tempo, – um moinho – lentamente mói…

Quanto tempo perdido… Eu, já mudado,
sem aquele entusiasmo, aquelas ânsias
que ficaram perdidas no passado
e se vão diluindo nas distâncias…

Tu, sem aquela expressão ingênua e pura
aquele ar de menina, que pedia
proteção para um sonho de ventura
que seu olhar inquieto refletia…

Tanto tempo perdido… E houve um momento
quando nos vimos a primeira vez,
que o amor seria belo, como o vento
como o mar, como a terra, o sol, talvez!


*J. G. de Araújo Jorge*
Em “ANTOLOGIA POÉTICA”, Rio de Janeiro,
Editora Novo Tempo Edições, 2ª Edição, 1982.

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