domingo, 7 de novembro de 2021

 “CARTA

Eu queria trazer-te uma imagem qualquer
para os teus anos...
Oh! mas apenas este vazio doloroso
de uma sala de espera onde não está ninguém...
É que,
longe de ti, de tuas mãos milagrosas
de onde os meus versos voavam – pássaros de luz
a que deste vida com o teu calor –
é que longe de ti eu me sinto perdido
– sabes? –
desertamente perdido de mim!
Em vão procuro...
mas só vejo de bom, mas só vejo de puro
este céu que eu avisto da minha janela.
E assim, querida,
eu te mando este céu, todo este céu de Porto Alegre
e aquela
nuvenzinha
que está sonhando, agora, em pleno azul!


*Mario Quintana*
Em “A Cor do Invisível”, São Paulo, Editora Globo, 2ª Edição, 2006.

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