domingo, 1 de agosto de 2021

O menino louco

Eu te paguei minha pesada moeda,
Poesia…
Ó teus espelhos deformantes e límpidos
Como a água! Sim, desde menino,
Meus olhos se abriam insones como flores no escuro
Até que, longe, no horizonte, eu via
A Lua vindo, esbelta como um lírio…
Às vezes numa túnica de Infanta
Sonâmbula… Às vezes virginalmente nua…
E era branca como as nozes que os esquilos
descascam na mata…
Pura como um punhal de sacrifício…
(Em meus lábios queimava-se, ignorada, a palavra
mágica!)


*Mario Quintana*
Em “Mario Quintana - Poesia Completa”, Rio de Janeiro,
Editora Nova Fronteira, Volume Único, 1ª Edição, 2005.

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