sábado, 21 de agosto de 2021

 “Cidadezinha cheia de graça

Cidadezinha cheia de graça…
Tão pequenina que até causa dó!
Com seus burricos a pastar na praça…
Sua igrejinha de uma torre só.

Nuvens que venham, nuvens e asas,
Não param nunca, nem um segundo…
E fica a torre sobre as velhas casas,
Fica cismando como é vasto o mundo!…

Eu que de longe venho perdido,
Sem pouso fixo (que triste sina!)
Ah, quem me dera ter lá nascido!

Lá toda a vida poder morar!
Cidadezinha… Tão pequenina
Que toda cabe num só olhar...

*Mario Quintana*
Em “Mario Quintana, Prosa & Verso – Coleção Paradidática”,
Porto Alegre/RS, Editora Globo, 3ª Edição, 1983.

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