“Errata
Depois de impresso, reparo
que, embora cego, este espelho
levanta uma sobrancelha
a apontar meu erro claro
(Os espelhos sem reflexo
guardarão sempre algum brilho
para vírgula, ou cedilha
ou acento circunflexo...)
como, porém, cada dia
vai sendo a vida diversa,
e, quanto mais fiel, o verso,
mais infiel, a ortografia,
pode ser que, brevemente,
o espelho, nessa moldura,
já não seja cego e impuro,
mas certo e clarividente...”
*Cecília Meireles*
Em “Obra Poética – Volume Único”, Rio de Janeiro,
Nova Aguilar Editora, 3ª Edição (6ª Reimpressão), 1987.
domingo, 1 de agosto de 2021
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