domingo, 15 de agosto de 2021

 “Flamboyant

Todo ano ele se encosta largo e plácido
no canto esquerdo da janela;
todo ano ele me acena com seus flocos
gordos, vermelhos e inócuos
e, a seu modo manso, me interpela.
Invariavelmente, o Flamboyant me encanta e me intimida.
Vem chegando novembro
e já o percebo adornando-me a vidraça.
Repete-se o cenário, a história passa.
Mas o que foi que eu fiz com minha vida?


*Flora Figueiredo*
Em “Estações”, São Paulo, Editora Novo Século, 2ª Edição, 2010.

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