“Pulvis
Áureos castelos da primeira idade,
Dourada fantasia de outras eras
Cuja luz de uma estranha claridade,
A alma me encheu de sóis e primaveras;
Glória, amor, ilusões da mocidade
Palpitando ao clarão de outras esferas;
Ânsias do afeto, espinhos da saudade,
Sonhos alados, fúlgidas quimeras;
Ideais da velha crença sonhadora;
Poemas tangidos da chorosa lira
(Que mais chorara se ditosa fora);
Por tanta coisa essa alma ainda suspira!
Tanta coisa, que a mente enganadora
Julgava ser verdade e era mentira!”
*Joaquim Osório Duque-Estrada*
Em “Flora de maio, 1899/1901: versos”, Pref. Alberto de Oliveira,
Rio de Janeiro, Editora H. Garnier, 1902.
sábado, 22 de maio de 2021
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