“Intermezzo
Nem tudo pode estar sumido
ou consumido…
Deve – forçosamente – a qualquer instante
formar-se, pobre amigo, uma bolha de tempo nessa Eternidade…
e onde
– o mesmo barman no mesmo balcão,
por trás a esplêndida biblioteca de garrafas,
fonte de nossa colorida erudição –
haveremos de continuar aquela nossa velha discussão
sobre tudo e nada
até
que, fartos de tudo e nada,
desta e da outra vida,
a rir como uns perdidos,
a chorar como uns danados,
beberemos os dois nos crânios um do outro…
até o teto desabar!
(Perdão! até a bolha rebentar…)”
*Mario Quintana*
Em “Esconderijos do Tempo”, São Paulo, Editora L&PM Pocket, 1ª Edição, 1980.
sábado, 8 de maio de 2021
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