“AS DUAS PALMEIRAS
Quando passo buscando a humana lida,
A alma tecida de ilusões tão várias,
Junto à velha choupana carcomida
Vejo duas palmeiras solitárias.
Uma já morta, outra reverdecida,
Num desmancho de palmas funerárias,
E ao som da harpa do vento a que tem vida,
Saudosa plange salmodias e árias.
– Ó tu, que me olvidaste no caminho,
Meu coração deixando como um ninho,
Sozinho e triste, ao vento balouçando...
A saudade me diz, como em segredo:
Que és a palmeira que morreu bem cedo,
E eu sou aquela que ficou chorando.”
*Jacinto de Campos*
Em “O Mundo Maravilhoso do Soneto” – Vasco de Castro Lima
(Coletânea de 232 Poetas Sonetistas fiéis ao Soneto),
Rio de Janeiro, Editora Livraria Freitas Bastos, 1987.
sábado, 22 de maio de 2021
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