domingo, 13 de janeiro de 2013

"Saudade Marinha

E entre nós, era o mar. O mar perdido,
Longínquo, soluçante, ilimitado
E azul, como a canção de ser amado
E longo como o olhar em ti vertido.

Das nuvens o navio desmedido
Aumentava a distância e o som magoado
Do mar adivinhado era o gemido
Que em teu longo silêncio havias dado.

Ó mar sem termo, cessa tuas ondas
E o distante horizonte e esta amargura
E este verde soluço de ansiedade,

Até que sua música responda
E eu reconheça a voz amiga e pura
Vencendo a maré alta da saudade."

*Bandeira Tribuzi*
Em “Obra Poética - Bandeira Tribuzi”, São Paulo, Editora Siciliano, 1ª Edição, 2002.

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