quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

De longe te hei-de amar

De longe te hei-de amar,
  da tranqüila distância
em que o amor é saudade
e o desejo, constância.


Do divino lugar
onde o bem da existência
é ser eternidade
é parecer ausência.
 

Quem precisa explicar
o momento e a fragrância
da Rosa, que persuade
sem nenhuma arrogância?

E, no fundo do mar,
a estrela, sem violência,
cumpre a sua verdade,
alheia à transparência.


*Cecília Meireles*

Em “CANÇÕES”, Rio de Janeiro, Editora Livros de Portugal, 1ª edição, 1956.

2 comentários:

Brilho disse...

Estimada Elaine...

Estou seguindo seu blog, encantada!
Agradável presente para a alma.
Grata pelo seu afeto.

Minha estima lhe abraça.

"Um prazer, e um pesar quase irmanados,
Um pesar, e um prazer, mas divididos
Entraram nesse peito tão unidos,
Que Amor os acredita vinculados.

No prazer acha Amor os esperados
Frutos de seus extremos conseguidos,
No pesar acha a dor amortecidos
Os vínculos do sangue separados..."

Gregório de Matos
in: Prazer e Pesar

Elaine Bastos disse...

BIluminada...

Você, por certo, é sempre bem-vinda ao meu cantinho...
Grata, gratíssima!
Meu largo sorriso para você.