domingo, 6 de janeiro de 2013

Penso em ti

Eu penso em ti nas horas de tristeza
Quando rola esperança emurchecida
Nas horas de saudade e morbideza
Ai! Só tu és minha ilusão querida
Eu penso em ti nas horas de tristeza


Vê quanta sombra me escurece o seio!
Que palidez sombria no meu rosto!
Tu és a única luz da treva em meio
Tu és a minha estrela do sol posto...
Contigo a sombra não me tolda o seio.


Quando a teus pés o meu viver s’escôa
Esqueço a minha sorte, o meu martírio
Minh’alma como a pomba em sangue vôa
Para ir se abrigar à tua, ó lírio,
Quando a teus pés o meu viver s’escôa...
”  

 
*Castro Alves*
Em “Poesias Completas (Espumas Flutuantes)”, Rio de Janeiro, Volume II, Editora Spiker, 1967.

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