domingo, 13 de janeiro de 2013

"XIII

Ouvir Estrelas

'Ora (direis) ouvir estrelas! Certo
Perdeste o senso!' E eu vos direi, no entanto,
Que, para ouvi-Ias, muita vez desperto
E abro as janelas, pálido de espanto...

E conversamos toda a noite, enquanto
A via láctea, como um pálio aberto,
Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto,
Inda as procuro pelo céu deserto.

Direis agora: 'Tresloucado amigo!
Que conversas com elas? Que sentido
Tem o que dizem, quando estão contigo?'

E eu vos direi: 'Amai para entendê-las!
Pois só quem ama pode ter ouvido
Capaz de ouvir e de entender estrelas'.
"

*Olavo Bilac*

Em “Poesias – Olavo Bilac”, São Paulo, Martins Editora Livraria Ltda., 1ª Edição, 2001.

3 comentários:

Brilho disse...

Estimada Elaine...

Somente hoje,(16/01/13), descobri a existência do seu blog.
Parabenizo-te pelo excelente trabalho,
incomparável sensibilidade e bom gosto.

Deixo-te meu carinho de sempre.

Fraterno abraço.

Brilho Iluminado


"Hoje, segues de novo... Na partida
Nem o pranto os teus olhos umedece,
Nem te comove a dor da despedida.

E eu, solitário, volto a face, e tremo,
vendo o teu vulto que desaparece
Na extrema curva do caminho extremo."

Olavo Bilac

Elaine Bastos disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Elaine Bastos disse...

Brilho!...
Sua cortesia e atenção... Como sempre, adicionadas de simpatia e amizade.
Grata, grata, gratíssima!
Deixo-lhe o meu sincero afeto por sua amizade!