sábado, 23 de dezembro de 2017

O Filho do Homem

O mundo parou
A estrela morreu
No fundo da treva
O infante nasceu.

Nasceu num estábulo
Pequeno e singelo
Com boi e charrua
Com foice e martelo.

Ao lado do infante
O homem e a mulher
Uma tal Maria
Um José qualquer.

A noite o fez negro
Fogo o avermelhou
A aurora nascente
Todo o amarelou.

O dia o fez branco
Branco como a luz
À falta de um nome
Chamou-se Jesus.

Jesus pequenino
Filho natural
Ergue-te, menino
É triste o Natal.


*Vinicius de Moraes*
Em “Poesia Completa e Prosa - volume único”, Rio de Janeiro,
Editora Nova Aguilar S/A, 4ª Edição, 2004.

Nenhum comentário: