"Soneto do Equívoco
Como se eu fosse este ar que atravessaste,
conservo em mim o rastro reticente
de linhas de água, fogo, asa e serpente,
composição de Deus erguida em haste.
Como se fosse o rio que cruzaste,
sonho uma barca de ouro transcendente,
que me navega tempestuosamente
com seus remos de música e contraste.
Como se fosse o espelho em que te viste,
fende-se em minha sombra um cristal triste.
(Flores e ninhos buscam tua mão.)
Como se fosse o deus a quem amasses,
compreendo o fluido rosto de mil faces,
do alto leio a raiz no último chão."
*Abgar Renault*
Em “SONETOS ANTIGOS”, Belo Horizonte, Imprensa da Universidade Federal de Minas Gerais, 1968.
Como se eu fosse este ar que atravessaste,
conservo em mim o rastro reticente
de linhas de água, fogo, asa e serpente,
composição de Deus erguida em haste.
Como se fosse o rio que cruzaste,
sonho uma barca de ouro transcendente,
que me navega tempestuosamente
com seus remos de música e contraste.
Como se fosse o espelho em que te viste,
fende-se em minha sombra um cristal triste.
(Flores e ninhos buscam tua mão.)
Como se fosse o deus a quem amasses,
compreendo o fluido rosto de mil faces,
do alto leio a raiz no último chão."
*Abgar Renault*
Em “SONETOS ANTIGOS”, Belo Horizonte, Imprensa da Universidade Federal de Minas Gerais, 1968.
Nenhum comentário:
Postar um comentário