“He
hum não querer mais que bem querer; (Camões)
II
Meu
amor, meu Amado, vê... repara:
Pousa os teus lindos olhos de oiro em mim,
– Dos meus beijos de amor Deus fez-me avara
Para nunca os contares até ao fim.
Meus olhos têm tons de pedra rara
– É só para teu bem que os tenho assim –
E as minhas mãos são fontes de água clara
A cantar sobre a sede dum jardim.
Sou triste como a folha ao abandono
Num parque solitário, pelo Outono,
Sobre um lago onde vogam nenúfares...
Deus fez-me atravessar o teu caminho...
– Que contas dás a Deus indo sozinho,
Passando junto a mim, sem me encontrares?”
Pousa os teus lindos olhos de oiro em mim,
– Dos meus beijos de amor Deus fez-me avara
Para nunca os contares até ao fim.
Meus olhos têm tons de pedra rara
– É só para teu bem que os tenho assim –
E as minhas mãos são fontes de água clara
A cantar sobre a sede dum jardim.
Sou triste como a folha ao abandono
Num parque solitário, pelo Outono,
Sobre um lago onde vogam nenúfares...
Deus fez-me atravessar o teu caminho...
– Que contas dás a Deus indo sozinho,
Passando junto a mim, sem me encontrares?”
*Florbela
Espanca*
Em “Obras Completas de Florbela Espanca”, Lisboa, Publicações D. Quixote, 1ª Edição, 1985.
Em “Obras Completas de Florbela Espanca”, Lisboa, Publicações D. Quixote, 1ª Edição, 1985.
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