quinta-feira, 11 de abril de 2013

"Não tens culpa…

Não tens culpa
se este amor nasceu como uma planta humilde
e ignorada,
que ninguém plantou, mas que vive e que cresce,
e afinal em meu peito criou fundas raízes
e todo em flores azuis de sonho se enfloresce…

Não tens culpa de nada… Que culpa terás se meus olhos
nunca mais te esqueceram
assim tristes como estão,
e se encontrando desprevenido o pensamento, entraste
e chegaste ao coração?

Culpemos o Destino, ou ninguém... E para que falar em culpa
se de nada estamos certos,
se serás sonho apenas,
sonho de olhos abertos,
fora do alcance da mão?…
"

*J.G. de Araújo Jorge*

Em “A Sós...”, Rio de Janeiro, Casa Editôra Vecchi Ltda., 1ª Edição, 1958.

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