“Ao Longe os Barcos de Flores
Só, incessante, um som de
flauta chora,
Viúva, grácil, na escuridão tranquila,
– Perdida voz que de entre as mais se exila, –
Festões de som dissimulando a hora.
Na orgia, ao longe, que em clarões cintila
E os lábios, branca, de carmim desflora...
Só, incessante, um som de flauta chora,
Viúva, grácil, na escuridão tranquila.
E a orquestra? E os beijos? Tudo a noite, fora
Cauta, detém. Só modulada trila
A flauta flébil... Quem há de remi-la?
Quem sabe a dor que em razão deplora?
Só, incessante, um som de flauta chora... ”
Viúva, grácil, na escuridão tranquila,
– Perdida voz que de entre as mais se exila, –
Festões de som dissimulando a hora.
Na orgia, ao longe, que em clarões cintila
E os lábios, branca, de carmim desflora...
Só, incessante, um som de flauta chora,
Viúva, grácil, na escuridão tranquila.
E a orquestra? E os beijos? Tudo a noite, fora
Cauta, detém. Só modulada trila
A flauta flébil... Quem há de remi-la?
Quem sabe a dor que em razão deplora?
Só, incessante, um som de flauta chora... ”
*Camilo Pessanha*
Em “Clepsidra”, São Paulo, Editora Ateliê Editorial, 1ª Edição, 2009.
Em “Clepsidra”, São Paulo, Editora Ateliê Editorial, 1ª Edição, 2009.
Nenhum comentário:
Postar um comentário