"Quem ama inventa
Quem ama inventa as coisas a que ama...
Talvez chegaste quando eu te sonhava.
Então, de súbito, acendeu-se a chama!
Era a brasa dormida que acordava...
Quem ama inventa as coisas a que ama...
Talvez chegaste quando eu te sonhava.
Então, de súbito, acendeu-se a chama!
Era a brasa dormida que acordava...
E era um revôo sobre a ruinaria.
No ar atônito bimbalhavam sinos,
Tangidos por uns anjos peregrinos
Cujo dom é fazer ressurreições...
Um ritmo divino? Oh! Simplesmente
O palpitar de nossos corações
Batendo juntos e festivamente,
Ou sozinhos, num ritmo tristonho...
Ó! meu pobre, meu grande amor distante,
Nem sabes o bem que faz à gente
Haver sonhado... e ter vivido o sonho!"
*Mario Quintana*
Em “Mario Quintana - Poesia Completa”, Rio de Janeiro,
Editora Nova Fronteira, Volume Único, 1ª Edição, 2005.
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