"Canto de ontem
Vamos, põe teu braço no meu braço, vamos recordar
os velhos tempos
do nosso amor.
Passeávamos assim, e que frias eram as tuas mãos
no momento do encontro,
e que dóceis teus lábios depois da rendição.
Muitas vezes perdi-me em teus lábios e não soube voltar.
Que era o mundo senão um punhado de perspectivas
que saíam do ponto coração
e se perdiam nos teus olhos?
Tanta cousa esperamos e alguma cousa colhemos
mas que triste, amor, este todo-o-dia matando
o que esperávamos jamais ser tocado pelo tempo.
Tu me queres ainda, eu sei que te aninhas, por hábito ou por frio
junto ao meu corpo, e esperas.
E eu te quero ainda, muito mais pelo que deixaste
nas raízes mergulhadas
e pelo que representas nas nuvens que se acumulam
do que pelo momento de tédio e ternura, elementos
do nosso coquetel cotidiano...
Vamos, põe teu braço no meu braço, como antigamente,
entrega-me dócilmente os teus lábios, e pensa
que eu te beijo há mil anos, num tempo em que seremos
sempre os mesmos
e o nosso amor imortal."
*J.G. de Araújo Jorge*
Em “Harpa Submersa”, Rio de Janeiro, Casa Editôra Vecchi Ltda., 3ª Edição, 1952.
Vamos, põe teu braço no meu braço, vamos recordar
os velhos tempos
do nosso amor.
Passeávamos assim, e que frias eram as tuas mãos
no momento do encontro,
e que dóceis teus lábios depois da rendição.
Muitas vezes perdi-me em teus lábios e não soube voltar.
Que era o mundo senão um punhado de perspectivas
que saíam do ponto coração
e se perdiam nos teus olhos?
Tanta cousa esperamos e alguma cousa colhemos
mas que triste, amor, este todo-o-dia matando
o que esperávamos jamais ser tocado pelo tempo.
Tu me queres ainda, eu sei que te aninhas, por hábito ou por frio
junto ao meu corpo, e esperas.
E eu te quero ainda, muito mais pelo que deixaste
nas raízes mergulhadas
e pelo que representas nas nuvens que se acumulam
do que pelo momento de tédio e ternura, elementos
do nosso coquetel cotidiano...
Vamos, põe teu braço no meu braço, como antigamente,
entrega-me dócilmente os teus lábios, e pensa
que eu te beijo há mil anos, num tempo em que seremos
sempre os mesmos
e o nosso amor imortal."
*J.G. de Araújo Jorge*
Em “Harpa Submersa”, Rio de Janeiro, Casa Editôra Vecchi Ltda., 3ª Edição, 1952.
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