domingo, 4 de fevereiro de 2018

Soneto XV 

Sob o consentimento das estrelas,
Nós dois, repletos do silêncio antigo
Que os que vivem a amar trazem consigo,
Nos amaremos ternamente, pelas

Noites de calma e de luar profundo
Em que as almas dos olhos que se abordam
Em gotas de água trêmula transbordam,
Como a água que enche o olhar do lago fundo...

E se um dia sentirmos que se finda
O amor mais triste do que a morte, ainda
Tentaremos uma última ternura

Para que o nosso amor morra a viver,
Como uma nota de órgão que perdura,
Como as chamas sonâmbulas que acordam

E ardem mais alto no ar, para morrer...

*Onestaldo de Pennafort*
Em “Poesia”, Rio de Janeiro, Editora Record, 1ª Edição, 1987.

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