“A M. C.
No Céu, se existe um céu para quem chora,
Céu, para as mágoas de quem sofre tanto...
Se é lá do amor o foco, puro e santo,
Chama que brilha, mas que não devora...
No Céu, se uma alma nesse espaço mora,
Que a prece escuta e enxuga o nosso pranto.
Se há Pai, que estenda sobre nós o manto
Do amor piedoso... que eu não sinto agora...
No Céu, ó Virgem! findarão meus males
Hei-de lá renascer, eu que pareço
Aqui ter só nascido para dores.
Ali, ó lírio dos celestes vales!
Tendo seu fim, terão o seu começo,
Para não mais findar, nossos amores.”
*Antero de Quental*
Em “Poesia Completa (1842-1891)”, Lisboa/Portugal,
No Céu, se existe um céu para quem chora,
Céu, para as mágoas de quem sofre tanto...
Se é lá do amor o foco, puro e santo,
Chama que brilha, mas que não devora...
No Céu, se uma alma nesse espaço mora,
Que a prece escuta e enxuga o nosso pranto.
Se há Pai, que estenda sobre nós o manto
Do amor piedoso... que eu não sinto agora...
No Céu, ó Virgem! findarão meus males
Hei-de lá renascer, eu que pareço
Aqui ter só nascido para dores.
Ali, ó lírio dos celestes vales!
Tendo seu fim, terão o seu começo,
Para não mais findar, nossos amores.”
*Antero de Quental*
Em “Poesia Completa (1842-1891)”, Lisboa/Portugal,
Editora Publicações Dom Quixote, 1ª Edição, 2001.
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