“Prece
Durma, de tuas mãos nas palmas sacrossantas,
O meu remorso. Velho e pobre, como Jó,
Perdendo-te, a melhor de tantas posses, tantas,
Malsinado de Deus, perdi... Tu foste a só!
Ao céu, por teu perdão, a minha alma, que encantas,
Suba, como por uma escada de Jacó!
Perdi-te... E eras a graça, alta entre as altas santas,
A sombra, a força, o aroma, a luz... Tu foste a só!
Tu foste a só!... Não valho a poeira que levantas,
Quando passas. Não valho a esmola do teu dó!
– Mas deixa-me chorar, beijando as tuas plantas,
Mas deixa-me clamar, humilhado no pó:
Tu, que em misericórdia as Madonas suplantas,
Acolhe a contrição do mau... Tu foste a só!”
*Olavo Bilac*
Em “Olavo Bilac – Poesias (Tarde)”, São Paulo, Martins Editora Livraria Ltda., 1ª Edição, 2001.
Durma, de tuas mãos nas palmas sacrossantas,
O meu remorso. Velho e pobre, como Jó,
Perdendo-te, a melhor de tantas posses, tantas,
Malsinado de Deus, perdi... Tu foste a só!
Ao céu, por teu perdão, a minha alma, que encantas,
Suba, como por uma escada de Jacó!
Perdi-te... E eras a graça, alta entre as altas santas,
A sombra, a força, o aroma, a luz... Tu foste a só!
Tu foste a só!... Não valho a poeira que levantas,
Quando passas. Não valho a esmola do teu dó!
– Mas deixa-me chorar, beijando as tuas plantas,
Mas deixa-me clamar, humilhado no pó:
Tu, que em misericórdia as Madonas suplantas,
Acolhe a contrição do mau... Tu foste a só!”
*Olavo Bilac*
Em “Olavo Bilac – Poesias (Tarde)”, São Paulo, Martins Editora Livraria Ltda., 1ª Edição, 2001.
Nenhum comentário:
Postar um comentário