“Para esquecer
Para esquecer as nuvens cor de fruto,
o acenar do crepúsculo absoluto
e este ficar-me em restos retardios,
a minha sombra escrevo entre dois rios.
Cada minuto é o último minuto,
e com meus olhos e meus dedos luto,
e de cegueira teço ávidos fios
sobre pêndulos, pedras, poços frios.
A vida cabe em minha boca ardente,
e eu a soletro, em fuga, no acidente
de disparadas linhas. E o que existe,
o que de meu mais fundo em mim afogo
sob a ilusão de verbo, rosa e fogo
é engano, rastro e som de um homem triste.”
*Abgar Renault*
Em “OBRA POÉTICA ABGAR RENAULT”, Rio de Janeiro, Editora Record, 1ª Edição, 1990.
Para esquecer as nuvens cor de fruto,
o acenar do crepúsculo absoluto
e este ficar-me em restos retardios,
a minha sombra escrevo entre dois rios.
Cada minuto é o último minuto,
e com meus olhos e meus dedos luto,
e de cegueira teço ávidos fios
sobre pêndulos, pedras, poços frios.
A vida cabe em minha boca ardente,
e eu a soletro, em fuga, no acidente
de disparadas linhas. E o que existe,
o que de meu mais fundo em mim afogo
sob a ilusão de verbo, rosa e fogo
é engano, rastro e som de um homem triste.”
*Abgar Renault*
Em “OBRA POÉTICA ABGAR RENAULT”, Rio de Janeiro, Editora Record, 1ª Edição, 1990.
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