“Escavação
Numa ânsia de ter alguma coisa,
Divago por mim mesmo a procurar,
Desço-me todo, em vão, sem nada achar;
E a minh'alma perdida não repousa.
Nada tendo, decido-me a criar:
Brando a espada: sou luz harmoniosa
E chama genial que tudo ousa
Unicamente à força de sonhar...
Mas a vitória fulva esvai-se logo...
E cinzas, cinzas só, em vez de fogo...
– Onde existo que não existo em mim?
................................................................
................................................................
Um cemitério falso sem ossadas,
Noites d'amor sem bocas esmagadas
– Tudo outro espasmo que princípio ou fim...”
*Mário de Sá-Carneiro*
Em “OBRA COMPLETA DE MÁRIO DE SÁ-CARNEIRO, Volume Único”, Rio de Janeiro,
Numa ânsia de ter alguma coisa,
Divago por mim mesmo a procurar,
Desço-me todo, em vão, sem nada achar;
E a minh'alma perdida não repousa.
Nada tendo, decido-me a criar:
Brando a espada: sou luz harmoniosa
E chama genial que tudo ousa
Unicamente à força de sonhar...
Mas a vitória fulva esvai-se logo...
E cinzas, cinzas só, em vez de fogo...
– Onde existo que não existo em mim?
................................................................
................................................................
Um cemitério falso sem ossadas,
Noites d'amor sem bocas esmagadas
– Tudo outro espasmo que princípio ou fim...”
*Mário de Sá-Carneiro*
Em “OBRA COMPLETA DE MÁRIO DE SÁ-CARNEIRO, Volume Único”, Rio de Janeiro,
Editora NOVA FRONTEIRA, 1ª Edição, 1995.
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