domingo, 26 de novembro de 2017

Serena

Essa ternura grave
que me ensina a sofrer
em silêncio, na suavi-
dade do entardecer,
menos que pluma de ave
pesa sobre meu ser.

E só assim, na levi-
tação da hora alta e fria,
porque a noite me leve,
sorvo, pura, a alegria,
que outrora, por mais breve,
de emoção me feria.


*Henriqueta Lisboa*
Em “Azul Profundo”, Belo Horizonte, Ariel Junior Editor, 1ª Edição, 1956.

Nenhum comentário: