“Irmã
Irmã, − que outra expressão, por mais que a tente
Achar, poderei dar-te? −, em teu ouvido
Quero a queixa vazar confiantemente
Desta vida sem cor e sem sentido.
Amei outras mulheres, mas a urgente
Compreensão, sem a qual, por mais subido,
Falece o amor, esteve sempre ausente.
Em nenhuma encontrei o bem querido.
Em ti tudo é perfeito e incomparável.
E tudo o que de injusto e duro e amargo
Sofri, vieste delir com o teu carinho:
Com esse frescor de fruta desejável;
Com esse gris de teus olhos, que do largo
Me traz o ar sem mistura, o sal marinho.”
*Manuel Bandeira*
Em “Manuel Bandeira - Poesia Completa e Prosa - Volume Único”,
Irmã, − que outra expressão, por mais que a tente
Achar, poderei dar-te? −, em teu ouvido
Quero a queixa vazar confiantemente
Desta vida sem cor e sem sentido.
Amei outras mulheres, mas a urgente
Compreensão, sem a qual, por mais subido,
Falece o amor, esteve sempre ausente.
Em nenhuma encontrei o bem querido.
Em ti tudo é perfeito e incomparável.
E tudo o que de injusto e duro e amargo
Sofri, vieste delir com o teu carinho:
Com esse frescor de fruta desejável;
Com esse gris de teus olhos, que do largo
Me traz o ar sem mistura, o sal marinho.”
*Manuel Bandeira*
Em “Manuel Bandeira - Poesia Completa e Prosa - Volume Único”,
Editora Nova Fronteira, Rio de Janeiro, 1ª Edição, 2009.
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