“Ao crepúsculo
Ó tristes lábios meus, rezai, rezai!
É a hora, sim, do Enigma. Eis o momento
Da extrema-unção da luz... E tudo vai
Com ela. E só nos fica o pensamento!
Pela flor que murchou no esquecimento;
Pela asa que se eleva e logo cai;
Pelo sol, pelas nuvens, pelo vento,
Ó tristes lábios meus, rezai, rezai!
Rezai por tudo quanto a morte leva,
Nas horas doloridas, em que a treva
Mostra seu negro vulto que arrepia...
E sinto, em mim, um vago horror profundo,
Uma tristeza já de fim do mundo,
Como se nunca mais houvesse dia...”
*Teixeira de Pascoaes*
Em “Cem Poemas Portugueses do Adeus e da Saudade, Selecção, organização
Ó tristes lábios meus, rezai, rezai!
É a hora, sim, do Enigma. Eis o momento
Da extrema-unção da luz... E tudo vai
Com ela. E só nos fica o pensamento!
Pela flor que murchou no esquecimento;
Pela asa que se eleva e logo cai;
Pelo sol, pelas nuvens, pelo vento,
Ó tristes lábios meus, rezai, rezai!
Rezai por tudo quanto a morte leva,
Nas horas doloridas, em que a treva
Mostra seu negro vulto que arrepia...
E sinto, em mim, um vago horror profundo,
Uma tristeza já de fim do mundo,
Como se nunca mais houvesse dia...”
*Teixeira de Pascoaes*
Em “Cem Poemas Portugueses do Adeus e da Saudade, Selecção, organização
e introdução de José Fanha e José Jorge Letria”, Lisboa,
Terramar – Editores, Distribuidores e Livreiros Ltda., 3ª Edição, 2004.
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