“Velut umbra
Vivo sempre a seguir-te em toda a parte,
A todo o tempo, a todo o transe e em tudo;
E tanto mais me esforço em procurar-te
Mais de te conseguir me desiludo.
Busca-te o meu ideal num sonho de arte;
E sem te ouvir, nem te falar, contudo
Eu não me canso em vão de desejar-te,
Cego para te ver e, ao ver-te, mudo...
Vento-te ou não, o meu olhar divaga
Sempre a seguir-te; e as vezes que te vejo,
Como que te diluis, visão pressaga!
Quando te encontro, num fortuito ensejo,
Sinto que és uma sombra que se apaga
Ao sol crepuscular do meu desejo.”
*Antônio Francisco da Costa e Silva*
Em “Poesias Completas Nova Edição Revista e Ampliada (Sangue, Zodíaco, Verhaeren, Pandora,
Verônica e Alhambra)”, Rio de Janeiro, Editora Nova Fronteira, 4ª Edição, 2000.
segunda-feira, 19 de abril de 2021
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