domingo, 11 de abril de 2021

 “A levíssima brisa

A levíssima brisa
Que sai da tarde morna
Na minha alma imprecisa –
Imprecisão entorna.

Nada conduz a nada,
Nada serve de ser
No sossego da estrada
Nada vejo viver.

Meu conhecer é triste
O que é que tem razão?
Nada, e o nada persiste
Na estrada e no verão.


*Fernando Pessoa*
Em “FERNANDO PESSOA – POESIA (1918 – 1930)”, Lisboa, Editora Assírio & Alvim,
Coleção OBRAS DE FERNANDO PESSOA – Volume 21, 1ª Edição, 2005.

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